Islands - Vapours (2009)

Eu já havia escutado falarem do Islands há um tempo atrás e, se não me engano, foi quando descobri o The Unicorns, banda que acabou em 2004, e que era comandada pelo vocalista Nick T. O que isso tem à ver com o Islands? Bom, Nick T, após encerrar as atividades do Unicorns (que por sinal é uma ótima banda), resolveu montar o Islands em 2005, e agora em 2009 lança o terceiro disco de estúdio da banda, o Vapours.

Vapours é um disco um tanto difícil de descrever, por vários motivos. Um deles, é a atmosfera e o conjunto das músicas, que ficam em cima do muro se questionado sobre o ritmo das canções. As músicas são ao mesmo tempo animadas e calmas, e quando às escutamos fica aquela terrível dúvida entre correr para a pista de dança e/ou se esparramar no bom e velho sofá. Essa aura musical é mantida durante todo o disco, logo, ou você gosta logo de cara da banda, ou não.

As músicas são basicamente orquestradas por sintetizadores e pela incrível voz de Nick T, com raras excessões para instrumentos mais exóticos dentro do contexto da banda, como trompetes e saxofones. Em alguns momentos, o Islands me lembra o of Montreal em seu auge, pricipalmente pela semelhança nos vocais de Nick com os de Kevin Barnes.

Se me perguntarem se prefiro escutar o disco em uma pista de dança ou em um sofá, com uma certa dificuldade, responderei: no sofá. A banda fez um disco agradável, aconchegante, envolvente, mas para mim, acima de tudo, residente. As músicas são dançantes, mas não é nada tão exagerado. As músicas também são até certo ponto relaxantes, mas não é nada de dar sono. Seria como ficar deitado após tomar um litro de energético. Estranho, não? Mas não se assuste, é um disco bem híbrido. Eu diria até que é um disco híbrido ao extremo. E não é exagero da minha parte. Não mesmo...

As próprias músicas não me deixam mentir: "Switched On", primeira faixa do disco, tem um ritmo alegre e viciante, e é marcada pela orquestração de um simples porém belo coral feito pelos integrantes da banda, abrindo o disco da melhor forma possível. A segunda faixa, "No You Don't", foi a que mais me lembrou of Montreal, e a mesma tem uma presença maior de guitarras do que a primeira, característica que segue dessa vez maior na terceira faixa ("Vapours"), uma canção de clara influência do rock sessentista, que mistura sintetizadores, trompetes, e saxofones nesta obra de arte.

Quando mencionei a pista de dança, estava de certa forma visualizando "Devout", quarta faixa do disco, que tem uma bela linha minimal de sintetizadores, sendo a música mais "dançante" do álbum. "Disarming the Car Bomb" foi uma grande supresa para mim, pois me lembrou uma das minhas bandas favoritas, o Pulp, graças ao ritmo animado da música e ao vocal dessa vez mais descontraído de Nick T. É de fato um dos pontos altos do disco.

Mas o título de melhor canção do disco fica mesmo é com a sétima música, "Shining", que tem um ritmo incrivelmente melancólico, e um refrão muito bem cantado. O momento mais "lazy" do disco segue na oitava faixa, "On Foreigner", bastante parecida com a anterior, e com um refrão viciante. Indico-a para ser apreciada em dias frios. Vá por mim.

Pelo que andei lendo na internet, Vapours está sendo muito bem elogiado e sendo muito bem recebido pela crítica musical de todo o mundo. E não é pra menos. Vapours é um disco direto, sem pretextos, e não deixa pontas soltas. Se a primeira faixa do álbum te agradar, pode ter certeza que acontecerá o mesmo com o resto do disco. Vapours: É isso que eu chamo de disco redondo.

Islands - Vapours (2009)

01 - Switched On

02 - No You Don't

03 - Vapours

04 - Devout

05 - Disarming the Car Bomb

06 - Tender Torture

07 - Shining

08 - On Foreigner

09 - Heartbeat

10 - The Drums

11 - EOL

12 - Everything is Under Control

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