terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jamie T - Kings & Queens (2009)

Em 2007, o mundo conheceu um jovem de apenas 21 anos que tinha lançado um disco que para um "moleque", foi uma grande surpresa. A facilidade e a espontaneidade de Jamie na hora de cantar músicas e escrever letras, o fez criar um disco que foi muito bem recebido, e o concedeu o título de melhor artista solo do ano de 2007 concedido pela NME. Agora imagine o mesmo Jamie, só que bem mais maduro, profissional, e com uns aninhos à mais em um novo disco.

Imaginou? Pois bem, você acabou de conhecer o Kings & Queens.

Conheci o trabalho de Jamie T há não muito tempo, e por um certo período escutava o Panic Prevention compulsivamente, praticamente todos os dias. Quando este acabava, sempre ficava um gostinho de quero mais, e o meu aguardo por um novo disco se tornava a cada dia mais acentuado. Bom, finalmente Kings & Queens vazou, e para minha felicidade, veio de fato melhor que seu antecessor, em vários aspectos.

Os anos passam, a idade chega, e o amadurecimento também. Apesar de no momento ainda ter 23 anos, Jamie T criou um disco muito mais bem trabalhado, maduro, e acima de tudo, muito mais profissional. Quem já escutou o Panic Prevention, notou que Jamie canta de uma forma mais infantilóide e brincalhona, criando uma atmosfera bem criançona e rebelde no disco. Mas isso não quer dizer que seja algo ruim. De fato não. Talvez tenha sido isso que o fez estourar tão rapidamente e tão gloriosamente. E agora Jamie ressurge com um novo disco, que eu diria ser no mínimo, brilhante.

O rapaz que mistura elementos indie no pop e no rap, continuou com a mesma fórmula, só que agora um pouco mais focada nas letras rimadas, fazendo uma referência maior ao rap e derivados. Além disso, Jamie criou arranjos mais bem construídos, usou um pouco mais dos sintetizadores nas canções, e, para nossa felicidade, aproveitou bem mais sua bela voz, com seu sotaque puramente inglês e inconfundível.


O disco abre com "368", uma canção de ritmo viciante e de refrão memorável, mas acima de tudo, uma canção relativamente calma, se a compararmos com o que está por vir ao longo do disco. A faixa seguinte, "Hocus Pocus", é a primeira prova concreta de que o disco veio bem mais maduro, e que Jamie melhorou todas as suas aptidões musicais já mostradas no primeiro álbum.

"Sticks 'n' Stones" é o segundo single do disco, e diferente de "368", tem o ritmo bem mais acelerado, trazendo à tona alguns elementos pop que percorrem o disco ao longo de outras faixas como "The Man's Machine", que além do pop, mostra que a paixão pelas letras rimadas do rap ainda está presente pelo disco.

"Chaka Demus" é na minha opinião não só a melhor música do disco, mas também a melhor de toda a carreira do jovem Jamie. Essa canção é a junção de tudo que Jamie tem à oferecer no quesito "estilos musicais". Ela mistura o pop mais aflorado de Kings & Queens, traz elementos indies com suas suaves guitarras, e tem uma belíssima letra bem rimada, além de sua batida alegre, dançante, e viciante.

"Spider's Web" é um dos pontos altos do disco. É uma canção mais residente, que alterna diferentes momentos ao longo da música, ora calma, ora agitada. O disco segue com "Castro Dies", uma das melhores do disco, e com toda certeza a canção que mais faz referências ao rap de todo o disco. A música tem sintetizadores, e talvez faça dela um pouco pop, mas a batida e a forma de cantar, são de fato, características do rap. Pena que é a canção mais curta do disco...

O disco fecha com "Jilly Armeen", uma música aconchegante, toda baseada em um violão, e com assobios feitos por Jamie que acalmam qualquer pessoa. É a canção que mais escapou do que Jamie já fez no passado e do que fez em seu atual disco. E novamente, ficou um gostinho que quero mais no ar e uma sede por saber o que estará por vir em seu próximo disco. Mas por enquanto estou satisfeito. Kings & Queens é um disco para ser apreciado por um bom tempo, assim como o Panic Prevention.

Jamie criou um disco tão bom e tão profissional, que chega à valer por dois. Jamie é a prova viva de que a boa música ainda não teve seu fim e de que está muito longe de acabar. Me deixa feliz saber que nós jovens, teremos histórias de lendas da música que foram do nosso tempo para contar para os nossos netos. E Jamie T com toda certeza será um desses nomes citados por mim que marcaram a história da música contemporânea.

Jamie T - Kings & Queens (2009)


01 - 368
02 - Hocus Pocus
03 - Sticks 'n' Stones
04 - The Man's Machine
05 - Emily's Heart
06 - Chaka Demus
07 - Spider's Web
08 - Castro Dies
09 - Earth, Wind & Fire
10 - British Intelligence
11 - Jilly Armeen

Link para download nos comentários.

2 comentários:

Anônimo disse...

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Marina disse...

jamie t é bom demaaaaais! espero que não seja mais uma daquelas coisas boas que não ganham muito sucesso fora da inglaterra... :/

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