DiscoPops Indica: Shogun Kunitoki

A DiscoPops Indica é uma recém-nascida coluna que tem como intuito indicar à vocês leitores e caçadores assíduos de novos sons bandas interessantes e suas respectivas discografias, que ao meu ver, valem a pena serem apreciadas.

A banda que escolhi para dar início a mais uma viagem é o Shogun Kunitoki. Não, não é uma banda japonesa. Pelo menos essa é a primeira pergunta que fazem quando vêem o nome do grupo. Enfim, eles são da Finlândia, e em março desse ano soltaram o segundo disco da carreira.

Primeiro detalhe: Eles são uma banda instrumental. Sei que isso faz algumas pessoas desistirem de escutar a banda ou qualquer coisa do tipo, mas, em amor aos seus ouvidos e ao seu coração, não o faça. O Shogun é uma banda de uma magnificência musical tão grande que nem palavras são necessárias para deixar claro o sentimento que eles querem passar. É uma mistura tão intensa de diferentes sons e diferentes estilos musicais que te deixa tão vidrado em acompanhar a música que você até esquece que "falta" um vocalista. No fim, você percebe que eles são melhores sem do que com alguém empunhando um microfone.

Em 2006, eles lançaram o maravilhoso Tasankokaiku, um disco com uma tendência musical mais leve, mais atmosférica, que é embalado por doces e repetitivos leads de sintetizadores que fazem de cada canção um diferente tipo de hipnose que vai te conduzindo lindamente por diferentes camadas sonoras que ao longo de seus minutos vão se entrelaçando e assim te levando pra passear em mundos coloridos, repletos de psicodelia e viagens altamente lisérgicas.

O segundo disco deles, o Vinonaamakasio, segue a mesma linha do debut, porém com uma tendência altamente notálvel ao shoegaze e ao noise rock, porém sem chegar à exageros sonoros de fazer tudo tremer e depois dar aquela dor de ouvido insuportável. São saturações muitíssimo bem trabalhadas que vão se elevando pouco à pouco com técnicas bem mais profissionais do que no primeiro disco de dominar a psicodelia de forma inteligente e certeira e assim transformá-la em uma espécie de um lsd que é ingerido através de fones de ouvido.

A viagem dos discos é tão grande, é tão rica, que fazer qualquer ressalva quanto às obras se torna impossível, quanto menos reclamar da falta de um vocalista ou coisa do tipo. Na verdade, a mensagem, os ideais, e os sentimentos que a banda passa através da música instrumental é tão clara, que optar por um vocalista seria talvez até tolice. É uma banda sem palavras, porém com algo a dizer.

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