Caribou - Swim (2010)

Daniel Snaith - mestre. O tio de 32 anos de idade, que lança ótimos discos sob os nomes de Manitoba (até 2004) e Caribou, acaba de terminar um dos melhores álbuns de sua carreira - se não o melhor. O disco só sai oficialmente no dia 19 de abril, mas já circula pela internet há semanas e vem flechando os corações de quem o escuta.

A música eletrônica incomparável de Dan Snaith tem um charme único: batidas ensolaradas, camadas e mais camadas sonoras emboladas que vão se tornando irresistíveis, além de sua voz designada à este ritmo, presente e quase todas as músicas. O interessante da música de Caribou é sua instabilidade positiva. As músicas conseguem entre si alternar momentos mais dançantes, e momentos mais calmos, feitos para serem apreciados de ouvidos e alma.

Cada música em si de Swim tem uma característica própria. Repetições contínuas, novos sons a cada segundo que passa, uso de instrumentos externos, e várias outras influências. "Odessa", faixa que abre o espetáculo, mistura vários sintetizadores que são levados por um outro que lembra algum tipo de líquido balançando, e que logo ganha a companhia da boa voz de Dan. Aliás, é esta que entra de vez na nossa cabeça para não sair mais em "Sun", faixa que tem seu nome repetido dezenas de vezes em efeitos que vão e vem num ritmo sedutor ao extremo. Uma das melhores do ano sem dúvida alguma. "Found Out" desacelera um pouco o ritmo, mas é levada por um sintetizador pesado, nos fazendo de qualquer forma mexer os pés. Um pra lá, um pra cá.

"Bowls" começa com um kick baixo ao fundo, e logo ganha vida quando entra uma harpa barulhenta pra começar a mistureba. É a faixa mais minimalista do álbum, rica em detalhes e que vai nos trazendo uma surpresa nova pouco a pouco, com seu ritmo altamente mutante. "Hannibal" vem de leve, sedutora, aconhegante, com uma linha de baixo densa ao fundo para só então a entrada da voz calma de Dan, que também se encontra presente em "Jamelia", última do disco, que começa bem, bem calma e vai crescendo até seu fim colossal. Incrível.

Mesmo que já fosse óbvio há tempos antes deste disco, a marca que aqui fica é a experiência pulsante. Dan Staith, Manitoba, ou Caribou - não importa. Com qualquer um destes nomes, ele continua sendo único. Um mestre em sua arte.

Caribou - Swim (2010)

Nota: 9,2