terça-feira, 16 de março de 2010

She & Him - Volume Two (2010)

Um álbum não era o bastante. O casório musical entre Zooey Deschanel e Matt Ward rendeu em 2008 um ótimo e ensolarado disco, o Volume One, que é de um som bem simples baseado em algo entre um indie pop/folk retrô. As músicas pareciam flutuar em volta da aconchegante voz de Zooey, que dava o brilho final à canções que iam de simples composições musicadas por calmos pianos à um cover tropical dos Beatles; uma doçura só. O produto final foi tão bem recebido e aclamado, que o que os fãs mais queriam era uma revanche - e eis que surge Volume Two, com as mesmas influências, só que dessa vez com uma segurança maior e por incrível que pareça, um amadurecimento sonoro também maior. Mais apropriado não podia ser o nome do segundo disco.

O segundo álbum do She & Him foi gravado de tempo em tempo, e em três estúdios diferentes. Tudo porque Zooey - que também é atriz - e M. Ward - que tem um projeto solo, e é integrante do Monsters of Folk - tiveram de dividir seu pouco tempo hábil para gravar esta pérola. O tempo em que Zooey e Ward ficaram separados parecia amadurecê-los cada vez mais e a dar novas ideias para este disco. O resultado foi uma coleção de ótimas canções, tão ensolaradas quanto as do debut e que fica até difícil dizer qual álbum é o melhor. Como já foi dito, mais apropriado não podia ser o nome do segundo disco da banda, que mais parece uma continuação do primeiro, só que em outra fase da vida, onde ergueu-se de vez a maturidade sonora.

A segurança adquirida principalmente por Zooey, já que M. Ward é praticamente um monstro da música, fica clara na faixa que abre o disco, Thieves, onde ela eleva intensamente seu lindo vocal acompanhado de acordes misteriosos de um violão doce. Em seguida vem In the Sun, o primeiro single do disco, com os simplórios pianos bem característicos da banda e que também trás nessa preciosidade um solo de guitarra bem folk/country comandado por Ward. Don't Look Back é uma faixa bem retrô, com a bateria compassada, backing vocals e a letra bem-humorada de Zooey. Logo depois vem Ridin' My Car, um cover muito bem executado do NRBQ, que começa com o violão contagiante acompanhado por trás de backing vocals intensos e onde até o grande M. Ward solta a voz tímida.


Lingering Still é uma faixa com um ritmo até certo ponto dançante e que precede Me and You, que já muda para uma aura mais calma, com uma letra que consegue ser bem simples e tocante. Em seguida vem o segundo cover do álbum, Gonna Get Along Without You Now, da Skeeter Davis, com um violão simples e bonito que guia o cantarolar do refrão até o fim do rápido cover. Over it Over Again é com toda certeza a faixa que mais mostra o lado retrô da banda, com o coro ao fundo cantando "uh-la-la-la" sem cessar durante o refrão, entupido com a guitarra folk de M. Ward e o piano incessante de Zooey. If You Can't Sleep termina o disco com uma música calma e densa, assim como aconteceu em Volume One.

Uma continuação ou não, Volume Two tem o mesmo reflexo de seu antecessor, só que com cores mais vibrantes, onde entram mais instrumentos nas músicas, mais maturidade, e acima de tudo, mais segurança. Com dois discos tão pouco distintos e que dão um brilho especial à tudo que parecia estar ofuscado, fica fácil transformar a vida num paraíso. Basta dar play.

She & Him - Volume Two (2010)


Nota: 8,2

9 comentários:

Anônimo disse...

Links ainda em webrip - 128kbps. Vou upar o disco no Multiupload assim que sair em uma qualidade melhor. Mas caso estejam afoitos para escutar o disco... http://twitter.com/search?q=she%20%26%20him%20volume%20two

Anônimo disse...

- Quem compra o vinil via Merge tem direito ao download do disco em mp3 com qualidade original de CD. Eis o link (link primário via @cesarmarcio):

Download (320kbps - Cd-rip): http:// www. multiupload. com/ IRALSZBFZC

Mateus disse...

M. Ward já colaborou com o Bright Eyes, mas não é membro do coletivo... E como assim M. Ward tem uma carreira solo? Do jeito que você escreveu não parece que ele já lança discos sob seu próprio nome desde 1999. Ele já foi sim membro de uma banda chamada Rodriguez, mas sua carreira solo é de fato sua ocupação central.

Lucas Lima disse...

A resenha aqui é do disco do She & Him, e não sobre a carreira solo do M. Ward. Citei seus projetos apenas para mostrar como foi o processo de gravação do disco.

Mateus disse...

Sim, a resenha é do She & Him e eu também não quis dizer que o foco deveria ser na carreira solo do Matt Ward. Só acho que alguns dados deveriam ter sido checados antes da publicação do texto!

Lucas Lima disse...

Por um acaso eu passei algum dado errado no texto para precisar ser checado?

Mateus disse...

Sim, você disse que o M. Ward integra o Bright Eyes, o que não procede!

Lucas Lima disse...

Agora sim, isso sim está errado mesmo. A questão é que você veio focando da carreira solo do M. Ward e bla bla bla, não do Bright Eyes. Erro corrigido.

Mateus disse...

É, tudo bem! Continue com as boas resenhas.

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