Com um novo disco recém-vazado, o Black Keys conseguiu mais uma vez arrancar de mim o título de um dos melhores discos do ano, fazendo uma mistura muito louca em cima do velho blues-rock. Mas, quem pensa que os caras só fizeram blues e afins durante toda sua carreira, está muito enganado. E se eu dissesse que no ano passado eles chamaram um pessoal da pesada pra se enterrar num estúdio e gravar em conjunto um disco de rap? Pois bem, isso aconteceu mesmo. Blakroc, o nome do projeto, rendeu um disco homônimo em 2009, que não brilhou tanto como devia.
O preconceito entre a massa do rap e a massa do rock é quase primitivo. Poucas vezes posta à prova, essa mistura vista por muitos como óleo e água rendeu mais do que muitos esperavam em Blacrok. O resultado foi um álbum rico em rimas e batidas que são acompanhadas por fortes linhas de baixo, arranjos viajantes de guitarras e toda uma particularidade sonora. A cada música, um novo som surge, e, por incrível que pareça, este se mostra mais homogêneo do que muitas outras fusões na música.
Entre os nomes que acompanham Dan Auerbach e Patrick Carney no disco estão Raekwon, que lançou um ótimo álbum ano passado, Mos Def, outro exemplo de genialidade que lançou um dos melhores álbum de 2009, e o lendário Q-Tip, quase um dinossauro na história do rap. Isso é só uma amostra do time que deu à luz a um disco incrível, que acima de tudo, é um aperto de mãos entre dois lados (não mais) distintos.
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