O Vampire Weekend foi uma das bandas mais elogiadas em 2010 devido ao lançamento de seu segundo álbum, Contra. Bastante popular nos EUA, chegou a liderar a parada da Billboard, fato raro principalmente por ser uma banda independente. No entanto, essa popularidade ainda não chegou ao Brasil, o que de certa forma justifica o fato da Via Funchal ter ficado relativamente vazia no show que a banda apresentou na casa no último dia 01 de fevereiro.
Desde o início da carreira, o Vampire Weekend mistura rock com ritmos e batidas dançantes. Embora a maioria dos críticos internacionais citem a música africana como referência, os brasileiros ainda conseguem identificar um pé na axé music.
Assim que os avisos de segurança foram dados, uma música introdutória começou a soar dos alto-falantes. Batida gostosa, animada, letra em português. O público foi à loucura com “Nosso Sonho” de Claudinho e Buchecha e os nova-iorquinos entraram no palco. Logo de cara, mandaram “Holiday” e foram ovacionados pela plateia. Gritinhos, palmas e algumas pessoas cantando. No entanto, o público não sabia as letras o suficiente para acompanhar todas as canções.
O repertório passou por quase todas as músicas dos dois álbuns da banda. Faixas como “Cousins” e “A-Punk” levantaram bastante o público, e era possível ver pessoas dançando passinhos que tipicamente são vistos apenas em micaretas. Em “Blake's Got a New Face”, o vocalista Ezra Koenig ensinou a plateia a cantar o refrão junto com a banda, e funcionou bem. Foi um dos poucos momentos de grande interação entre os presentes. A impressão que dava era que todos estavam gostando do que viam, mas cada um isolado em seu mundinho. A Via Funchal tinha espaço para todos circularem livremente e dançar à vontade, mas em geral as reações do público se limitaram a bater palmas junto com as músicas e ao final delas.
A banda se esforçou, mas foi só em “Diplomat's Son” e “I Think Ur A Contra” que quem estava no palco ficou no mesmo clima que o público – afinal, eram baladas calminhas, quase românticas que hipnotizaram o pessoal. No palco, a banda parece mais despretensiosa, mais divertida, e ao vivo o som é mais cru que nas gravações de estúdio. Boa parte disso se deve a contagiante performance do baterista Chris Tomson, que canta as músicas sem microfone, levanta, senta, e dita o ritmo da banda.
O bis com “Horchata”, “Mansard Roof” e “Walcott” encerrou o show de forma vibrante, mas deixando a sensação de que tudo poderia ser melhor. Creio que um lugar menor, como o SESC Pompeia, seria mais adequado. Imagino que quando voltarem ao Brasil será diferente. Os indies ainda não estão preparados para dançar, mas com o tempo o Vampire Weekend vai conseguir ensiná-los.
1 comentários:
Foto da aba lateral por Jorge Rosenberg/iG.
Postar um comentário