quinta-feira, 3 de junho de 2010

Dicas do Gus: Band Of Horses - Infinite Arms (2010)

POSTADO POR GUSTAVO MEIRELLES - 03/06/2010


Infinite Arms foi lançado no início deste mês e, ao contrário da crítica amena e das baixas pontuações no ranking de sites conceituados, se revelou um álbum forte, marcante e contagioso. A terceira bolacha da "banda dos cavalos" foi, numa interpretação não muito profunda, inspirada lá pelos lados do sul do Texas, Estados Unidos, numa cidade interiorana conhecida como Laredo. No Site Oficial do grupo você encontra imagens e fotos dessa incursão que tanto os influenciou. O universo explorado é bem este: vaqueiros na lida diária com o gado, paisagens selvagens e intocadas, neve, animais, céu azul ou boreal e vida simples de pessoas simples que comumente convivem em paz com a bela natureza que os cerca.

Band Of Horses é conhecida tanto pela sua pegada rock (com um pé no alt. country) quanto pela poeticidade de suas letras, sempre apaixonantes - e neste novo trabalho não poderia ser diferente. Desde o debut, Everything All The Time, fãs da banda se deliciam com músicas como "The Funeral" e "The Great Salt Lake" passando por "Is There A Ghost" e "Ode To LRC", petardos conhecidíssimos e adorados. Mas Infinite Arms não deixa ninguém desamparado e conta com um recheio para lá de especial.


"Factory" é a melancólica baladinha que abre o álbum de uma maneira lisérgica e confirma que a banda acerta mais uma vez, devido ao caráter verdadeiramente introdutório desta faixa. Logo depois vem a música mais contagiante e agitada do álbum, "Compliments", que também é single. "Laredo" vem logo a seguir mantendo a pegada da anterior e tornado-se tão boa quanto. É música boa para ouvir durante aquela viagem para o campo, vendo as vacas no pasto, fazendas e montanhas. Depois dela, não espere canções muito agitadas; o bucolismo de agora em diante vai dominar você.

"Blue Beard" é bem isso - lenta e reflexiva, chegando até mesmo logo no começo a lembrar o Fleet Foxes e suas canções outono/inverno. E se você não consegue tirar "No One's Gonna Love You" - single do álbum anterior Cease To Begin (2007) - da cabeça e pedia por um revival, então vai adorar saber que a próxima pérola é quase um derivado dela. "Way Back Home" é, sem dúvida, a peça que faltava para prender de vez o ouvinte neste novo trabalho. Apaixonada, sincera e sensível ao extremo, essa açucarada surpresa nos faz lembrar os ecos de outros sucessos do grupo.



"Infinte Arms", a faixa que dá nome ao disco, não carrega grandes mistérios e é bem atmosférica e ambientada com um refrão etéreo. "Dilly" é animadinha e dançável; um doce! "Evening Kitchen" é outra composição à la Fleet Foxes e não menos digna de atenção com sua letra triste descarregada com maestria pelos vocais do excêntrico Ben Bridwell. "Older" tem aquele típico toque saudosista da banda e merece uma concentrada audição.

"Trudy" é um mergulho no coração de Laredo e em suas paragens e dá até para imaginar o fim de tarde chegando e o sol, aquele imenso círculo laranja vivo no céu, prestes a se pôr. Depois a noite vem e ao redor de uma fogueira festeja-se mais um dia com a audível e indomável "NW Apt.", com sua bateria pulsante e guitarras altas. "Bartles + James" chega para fechar o álbum, e entre seus vocais sussurrados a Band of Horses se despede do ouvinte. A partir daqui ficamos órfãos a espera do próximo show.

Band of Horses - Infinite Arms (2010)


Nota: 8,8

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