domingo, 10 de outubro de 2010

Dicas do Gus: Avey Tare - Down There [2010]

POSTADO POR GUSTAVO MEIRELLES - 11/10/2010


Dave Portner (a.k.a. Avey Tare) nasceu no condado de Baltimore, Maryland, em 24 de abril no ano de 1979. Ele se mudou para Nova York em 1997 onde reside até hoje, no Brooklyn. Embora tenha passado a maior parte de seu tempo escrevendo canções e produzindo sons (normalmente para o grupo dele, o Animal Collective), Dave também é um colecionador de discos, cinéfilo, leitor exemplar, além de um lunático viajante. São destas coisas principalmente que o Sr. Portner retira inspiração, ainda com fôlego para misturar sons e descobrir territórios musicais que parecem estranhos. Seus animais preferidos são a lontra e o jacaré.

A tarde tem desempenhado um grande papel em seu mais novo registro, Down There. O disco de Avey Tare resume-se num mundo de nove canções inéditas em que seu solo oficial completa uma importante tarefa no que diz respeito a sua versatilidade. Down There te leva por um mundo obscuro de sons, um mundo alienígena onde a morte está presente através de ranhuras que penetram fundo na alma. É um trabalho honesto e sobrenatural.



Aguarde o pôr do sol e transforme-o em voz alta, pegue uma carona neste barco assombrado e deixe-se guiar através de profundos ritmos lentos e flutuantes que revelam um pop contemporâneo, cristalino e nítido. Down There teria sido inspirado por crocodilos (os répteis, não a banda de San Diego) e foi gravado no mês de junho desse ano pelo velho amigo de Avey, Josh Dibb (Deakin) na Good House, uma antiga igreja em Nova York cercada por um grande pântano e visitada regularmente pelos monges, as viúvas brancas e o coachar incessante dos sapos.

Em quase sete minutos de duração, a faixa de abertura "Laughing Hieroglyphic" leva o seu tempo mergulhando o ouvinte em diferentes camadas de sons viajantes levados por batidas eletrônicas, fazendo a letra "It’s so easy to get lost in the mixture" parecer apropriada. Se reverberando ou silenciado, Avey brinca com a voz ao mudar o papel tradicional de tocar a canção. O que realmente está sendo dito tem uma importância secundária para os sons que as palavras criam.


"Oliver Twist" continuamente constrói uma batida geralmente associada à casa, mas assim como ela pega velocidade e potencial para se tornar dançante, o ritmo diminui e se dispersa. "Lucky 1" foi a música escolhida para divulgar o trabalho solo e como os fãs provavelmente vão notar, há uma boa semelhança com as faixas que Avey compôs para o álbum Merriweather Post Pavilion, do Animal Collective - em especial momentos mais “tortos” como “Lion In A Coma”.

Down There (como um todo) é muito coeso com cada transição, indo sem problemas para a faixa seguinte mantendo um ritmo constante e uma qualidade meio aquosa - como as criaturas reptilianas que inspiraram o trabalho. No entanto, enquanto não há um fio condutor do início ao fim, cada música intenta ainda transmitir algo diferente. A séria quantidade de detalhes que são construídos em cada música e o modo como estes se deparam não é completamente um território desconhecido. Mas se você é ou não fã da banda, ao ouvir o álbum, terá uma ideia melhor do que Avey Tare traz para o coletivo.

Avey Tare - Down There [2010]


Nota: 8,6

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