sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Resenha: Brilho Incessante

POSTADO POR LUCAS LIMA - 15/10/2010

Keane, Noah & The Whale, Mumford and Sons, The Killers, The Long Winters, The Staves. Ao todo são quinze membros oriundos destas seis bandas que compõem o doce projeto de alt. country Mt. Desolation, liderado pelos amigos de banda Tim Rice-Oxley e Jesse Quin, ambos do Keane.

Não se sabe muito sobre a banda, mas o que fica claro após a audição do disco é que o supergrupo não tinha pretensão nenhuma de misturar sons nem inovar. A sonoridade do álbum passeia por um folk delicioso, que joga no caldeirão arranjos de banjo, violinos, violões, doces acordes de guitarra e uma outra penca de instrumentos marcantes do folk alternativo. O que vence nessa obra é sua sinceridade e beleza, que esbanja um brilho incessante e encanta a cada audição.



Tudo fica limpo e bonito com os vocais divididos de Jesse e Tim, que logo na primeira faixa, "Departure", encantam o ouvinte com a base sonora retrô acompanhada ao fundo pelo banjo de Winston Marshall, membro do Mumford & Sons. A fofura e ternura da canção seguem intactas em "Annie Ford", que dessa vez aposta nos ágeis arranjos de violino de Tom Hobden, do Noah & The Whale. As duas faixas que seguem, "Bridal Gown" e "State of Our Affairs", quebram a aura mais alegre e a convertem numa melancolia mais presente, porém elevando a beleza das canções.

"Bitter Pill" chega com a bateria pulsante de Ronnie Vannucci (The Killers) que guia a canção ao título de uma das mais marcantes do álbum. Em "Another Night On My Side" é a vez de Jesse Quin brilhar com a sua guitarra ondular aqui bem praiana. "The Midnight Ghost", talvez a melhor do disco, causa arrepios com o coro dos membros da banda evocando o country e o folk sessentista. "Platform 7" e "My My My" são opostos: a primeira relembra os tempos de Highway 61 Revisited, clássico do Bob Dylan com sua forma ágil de manejar o folk com guitarras guiando o som. A segunda, uma das mais tocantes, traz a gaita para acalentar nossos peitos e um coro feminino ao fundo que causa uma sensação de aconchego incrível.


O mais legal de Mt. Desolation é a sua compaixão e forma de lidar com a aptidão perfeita de cada membro: as faixas apresentam uma à uma a capacidade de emocionar de cada integrante. Tudo e todo som é distribuído com perfeição nas músicas, o que dá a sensação de uma coisa nova a cada faixa. Essa técnica, se é que isso existe (tô viajando), fechou um disco que em hora alguma cansa quem o aprecia. A beleza desse doce alt. country criado por essa equipe magistral permeia por toda sua duração e fisga nossos corações sem perdão. E não podia ser diferente, né? Monta um time melhor que esse aí, Mano Menezes.

Mt. Desolation - Mt. Desolation [2010]


Nota: 8,1

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