terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Os Melhores de 2009

Pois é; fim de ano bem perto, e como de praxe chega o momento de expormos o que em nossa opinião houve de mais relevante no ano que passa. Decidi começar as listas logo com a mais procurada: A de melhores discos internacionais. Além de mim, os colunistas daqui também vão postar sua opinião, não só nessa como também em outras listas que virão mais tarde.

Só gostaria de avisar antes de começarmos, que estas listas não foram montadas de forma alguma com olhar crítico. Pelo contrário: Formulamos as listas somente com base em nossos gostos pessoais, escolhendo somente os mais relevantes em nossa opinião. Se você achar que faltou algum disco que deveria estar aqui, deve ficar sabendo que ou nós o escutamos e não gostamos ao ponto de estarem aqui, ou simplismente não o escutamos. Resumindo; todas as listas que virão daqui para frente foram criadas somente com base em sua relevância dentro do gosto pessoal de cada um.

Bom, chega de lenga-lenga e vamos logo ao que interessa.



20. Yeah Yeah Yeahs - It's Blitz!

Uma mudança um tanto grande na fórmula musical da banda a fez perder alguns fãs, ganhar outros, e fazer alguns a gostarem mais ainda da banda, que é o meu caso. Feito de sintetizadores em abundância, e com uma presença bem menor das antigas e marcantes guitarras, o disco bombardeia os ouvintes com músicas dançantes e no mínimo viciantes. É a trilha sonora perfeira se você quiser se perder no dancefloor.



19. Mos Def - The Ecstatic
Pode parecer pegadinha para alguns eu estar colocando um disco de rap na lista, mas podem ter certeza que se eu fiz isso, é porque realmente vale a pena conhecer aquele que comanda o microfone. E esse, é Mos Def. Música inteligente, letras muitíssimo bem articuladas, e a capacidade de me fazer vencer antigos e medíocres preconceitos é perfeita descrição para este disco, que trabalha diferentes contextos em um álbum que é para ser escutado por inteiro, sem pausas. The Ecstatic é uma peça de teatro para os ouvidos. Uma raridade.


18. Depeche Mode - Sounds of The Universe
A banda que praticamente deu início ao synth-pop lançou neste ano mais um belíssimo disco, com ritmos incríveis e canções pegajosas. A voz inconfundível de Dave Gahan embala quase todo o disco tomado por ritmos dançantes e repleto de viajantes camadas sonoras que foram milimetricamente preparadas e bem acabadas em cada música do álbum. A banda que em outubro ia passar pelo Brasil cancelou as apresentações, e deixou um buraco no que talvez seria um dos melhores shows do ano.


17. Franz Ferdinand - Tonight
Depois de lançar dois belos discos baseados praticamente em riffs de guitarra, o Franz Ferdinand chegou em 2009 dizendo que havia comprado alguns sintetizadores para o terceiro disco. Houve um certo alarde, mas depois do lançamento, todos viram que o espírito da música estava com estes rapazes, e que não eram instrumentos que iriam tirar isso deles. A banda que tem um dos melhores shows da atualidade encheu o disco com canções dançantes e pegajosas, que quando tocadas ao vivo força até os mais tímidos a dançar até não aguentar mais. É um disco redondo, com instrumentos bem colocados, e sintetizadores dominados como se estes já fossem a especialidade da banda. Tonight foi a prova de que o Franz Ferdinand nunca mais lançará discos ruins, independente de qualquer coisa.

16. Gallows - Grey Britain
O Gallows é uma das bandas mais patriotas e nacionalistas que eu já escutei em toda minha vida. Ingleses até o último fio de cabelo, o Gallows lançou um disco que aborda vários subtemas, dentro um tema: A guerra na Inglaterra. A música puramente punk junto com a voz berrada do vocalista Frank Carter fazem do seu segundo disco um ataque voraz de agressividade aos ouvidos dos fãs com palavras bem escolhidas e um ritmo no mínimo inquietante. Minha aposta vai com toda certeza para o Gallows como a salvação da música punk.

15. The Big Pink - A Brief History of Love
A Brief History of Love era um dos discos que eu mais esperava para 2009, e com toda certeza superou minhas expectativas. Com músicas um pouco menos sombrias do que eu esperava, o Big Pink lançou um disco com as medidas perfeitas, sabendo dividir bem os instrumentos em cada música, dando um destaque notável para os sintetizadores e as guitarras arrastadas, puxando um pouco pro lado shoegaze e post-punk. As músicas falam basicamente de amor, entre outras coisas mais melancólicas a introspectivas. Espero ansiosamente pelo segundo disco dessa incrível banda.

14. Bat for Lashes - Two Suns
Uma das minhas maiores surpresas em 2009 foi este disco, o segundo da carreira da Bat for Lashes. Composto for canções atmosféricas e na medida do possível dançantes, o álbum nos faz viajar nas várias camadas sonoras produzidas suavemente por sintetizadores. Mesmo com toda essa beleza, o destaque vai para a apoteótica voz da que ainda muito brilhará estrela Natasha Khan. Lembrando um pouco a voz de Björk, Natasha faz da sua voz o intrumento que faltava para dar o ritmo perfeiro e a ambientação perfeita para o disco. É com toda certeza uma das maiores promessas para a década que segue.

13. - Lightning Bolt - Earthly Delights
O que pra mim na primeira vez que eu escutei parecia pura besteira e perda de tempo, se transformou na abertura dos portões da minha mente para novos estilos musicais. A música do Lightning Bolt precisa basicamente de quatro componentes: Uma bateria, um baixo, um microfone enterrado na boca do baterista para gemidos frenéticos, e um amplificador num volume demoníaco. Essa é a fórmula básica para um som único, que mistura do noise rock ao experimentalismo, junto a uma energia inacabável. Aproveitem, porque vai ser difícil encontrar uma banda parecida com o Lightning Bolt.

12. The xx - xx
xx é talvez o disco de 2009 mais gostoso de se ouvir. Vocais baixos, bateria eletrônica minimalista e sampleada, belos riffs de guitarra, e simples acordes de baixo. O produto dessas junções é uma massagem para nossos ouvidos, chegando a dar um aperto no coração de tão lindas que são as músicas do disco. A leveza dos instrumentos é o que mais impressiona. São simples e poucos os acordes, mas nos dão uma sensação de aconchego incrível, algo que não se viu tão intensamente bem feito no ano de 2009. Espero sinceramente ver "os x" da banda muitas vezes daqui pra frente.

11. Japandroids - Post-Nothing
Formado apenas por dois integrantes, um guitarrista e um baterista, o Japandroids apostou e acertou em um som bem simples, bem despreocupado. Dá pra notar facilmente uma influência bem dominada do stoner rock, que somados a uma produção bem lo-fi, dão uma cara bem retrô ao disco, como daquelas bandas de garagem que gravam suas músicas com uma qualidade bem baixa. Mas isso não tira o brilho deles. De fato não. Mesmo sendo um som bem cru, bem pobre em termos de instrumentos, eles tem um brilho único, e conseguem transpor esse brilho com letras incríveis e melodias bem animadas. Mesmo apostando em um tipo de som que não se vê muito hoje em dia, eles se saíram bem melhor do que muitas outras bandas que estrearam em 2009.

10. A Place to Bury Strangers - Exploding Head
Classificado por muitos como a banda mais barulhenta de Nova York, o APTBS lançou seu segundo disco com o seu já conhecido noise rock inconfundível, com guitarras arrastadas e com efeitos criados por pedais desenvolvidos pelo próprio vocalista, que orquestra as músicas com sua voz firme e calma. Além da barulheira, eles trouxeram pro disco uma melancolia bem mais forte do que no seu primeiro disco, junto com uma tendência shoegaze bem perceptível também. Se você espera só barulho do disco, está enganado. A forma como eles dominam esse estilo, se multiplica em dezenas de outras sensações e sentimentos, todos disparados com força total nos tímpanos de quem os escuta. Uma peça rara nos dias de hoje.

9. HEALTH - Get Color
O HEALTH foi uma grande surpresa pra mim em 2009, e foi talvez a banda que abriu de vez os meus horizontes para o noise rock e o shoegaze. Além de se basearem em um turbilhão frenético de guitarras e bateria, o HEALTH tem uma aura mais viajante muito bem estruturada. Get Color é um disco para se ouvir por inteiro e apreciá-lo o máximo possível, pois vai demorar para vermos algo tão bem moldado quanto este disco. É uma junção da psicodelia com guitarras vorazes e distorcidas ao extremo, alinhadas por uma bateria frenética, que junto a sintetizadores exalando barulho fazem deste disco uma viagem que todos que a ela adentram desejarem nunca mais voltar.

8. Atlas Sound - Logos
Houveram discos introspectivos lançados em 2009, e também discos alegres lançados em 2009. E se eu dissesse que houve um lançamento que é ao mesmo tempo introspectivo e alegre? Eu estou falando de Logos, um disco que consegue criar uma atmosfera melancólica e ao mesmo tempo distribuir alegria, uma alegria contida que chamamos de esperança. Atlas Sound na verdade é o vocalista do Deerhunter, o gênio Bradford Cox. Ao invés de focar na melancolia das guitarras do Deerhunter, Cox abriu alas para belos acordes de violão, sintetizadores, e leves baterias eletrônicas. É um disco bipolar, e quando este termina, dá pra sentir aquela sensação de esperança fluindo no peito. Uma sensação que para alguns, já se foi a muito tempo, mas pode ser recuperada com este disco. Vá por mim.

7. The Twilight Sad - Forget the Night Ahead
Melancolia, guitarras arrastadas, e um vocalista com um sotaque escocês no mínimo sedutor. Esta é a fórmula básica desse disco que é dotado de canções lindas e tristes, cada uma mais incrível que a outra. A estética das músicas do disco não varia muito de uma para outra, mas de jeito nenhum isso tira o brilho das canções. A partir de quando você começa a escutar o disco, não consegue mais parar, devido às músicas envolventes e introspectivas, guiadas pelas guitarras shoegaze que conseguem tocar seu coração da forma mais bonita possível. Este disco é uma declaração de amor não correspondida.

6. Mumford & Sons - Sigh No More
Hesitei por meses em baixar este disco, mas quando o fiz, dois sentimentos me atacaram em cheio: Paixão, pela beleza incrível deste disco, e arrependimento, por não ter me emocionado mais cedo como me emociono hoje escutando esta pérola. São canções puramente folk, consistindo de um violão ágil, um banjo encantador, um piano apoteótico, um violoncelo belíssimo, e... um bumbo de bateria. Com esses elementos, Mumford e seus filhos orquestram brilhantemente desde canções para emocionar, quanto canções para pular e dançar. É uma obra incrível, e é o disco que eu mais recomendo dessa lista.

5. Fuck Buttons - Tarot Sport
Composto por 7 canções que chegam até quase onze minutos, Tarot Sport é uma raridade. As músicas são atmosféricas, entupidas de camadas sonoras repetitivas e por vezes barulhentas com um toque psicodélico que dá um ar viajante ao disco, um ar único. Além de fazerem música instrumental, eles se baseiam em um estilo da música eletrônica chamado Drone, que é basicamente composto por músicas longas com sintetizadores que vão se repetindo e entre essas repetições vão surgindo outros efeitos sobrepostos até chegar ao ápice da canção, ao delírio mental. E é isso que o Fuck Buttons é. Delirante.

4. Arctic Monkeys - Humbug
Disco novo, cabeleira nova, estilo musical novo. Tudo bem, não é pra tanto. Os Macacos do Ártico vieram com o novo disco bem mais maduros, com um som mais pesado, porém bem contido. São canções inteligentes, com riffs menos ágeis do que os de antigamente, e com uma essência renovada. Acima de tudo, o mais notável foi o amadurecimento da banda, o que resultou em melodias mais bem trabalhadas, mais bem compostas. Conseguiram enfim aproveitar bem mais o talento de cada integrante, e por fim fechar um disco sem músicas ruins; um disco perfeito. O que me resta após tanto escutar esta pérola, é escutá-lo de novo e de novo e bater palmas de novo e de novo.

3. Animal Collective - Merriweather Post Pavillon
Merriweather Post Pavillon é uma das maiores viagens musicais que eu já escutei em toda minha vida. Camadas e mais camadas de sons peculiares e psicodélicos somados a letras bem-humoradas fazem deste álbum uma obra de arte. Esse disco é o que eu chamaria de psicodelia ao extremo. Eles conseguem domar toda essa psicodelia do disco e mesclá-la a canções dançantes e alegres, fechando um disco bem mais pop e acessível para novos fãs do que os discos passados. Depois deste brilhante disco que ao meu ver alcançou a perfeição, o Animal Collective não se tornou apenas uma das mais maiores bandas de 2009. Se tornou uma das maiores bandas da década.

2. Sonic Youth - The Eternal
Quem diria hein? Depois de tantos anos de estrada e de discos tão marcantes que chegaram a definir novos rumos musicais, o Sonic Youth lançou em 2009 um disco que distribui maturidade e perfeição. Cheio daqueles velhos e lindos sons produzidos pelas guitarras únicas da banda, o Sonic Youth reflete um pouco neste disco antigos trabalhos, porém com uma leveza maior, com uma sutilidade maior. O disco é feito de canções incríveis de se escutar, daquele tipo que nos levam pra outros lugares dentro da nossa imaginação. Uma peça única, que com certeza virou uma referência notável na discografia da banda.

1. The Horrors - Primary Colours
Quando escutei o Primary Colours pela primeira vez, me perguntei se escutaria algo tão incrível quanto este disco ao longo do ano. Sim, de fato escutei belíssimos discos, que vão ficar na minha playlist por muito tempo, mas nenhum deles causou o estrago que o Primary Colours causou. Esse disco simplismente não tem canções ruins. As músicas se baseiam em guitarras puramente shoegaze, com uma tendência ao barulho notável. Belíssimas linhas de baixo se fundem a bateria e aos sintetizadores medonhos, que juntos à voz efêmera de Faris Badwan, fazem deste disco algo inexplicável por meio de palavras. O disco é um verdadeiro show de horrores: Uma forte melancolia; letras que falam de desgraças, morte, doenças e amor; um visual um tanto inusitado; e sons medonhos produzidos pelas flutuantes guitarras. Por trás de tudo isso existe uma genialidade altamente notável. Uma genialidade capaz de compor canções que são incrivelmente inteligentes em todos os sentidos. O Primary Colours provou que o The Horrors veio pra ficar, e que ao longo desta década que chega, lançará trabalhos ainda mais incríveis, e mais veneráveis. The Horrors. É isso que eu chamo de banda prodígio.


Bom, por enquanto é só. Em breve virão mais listas minhas e dos colunistas. Até a próxima.


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